18 de maio, 2023

Sabe aquela ideia de que para ter uma carreira bem-sucedida é preciso fazer carreira em uma empresa? Ela já está ficando cada vez mais longe da realidade do mercado de trabalho. E uma das principais evidências disso é o job hopping.

Essa nova tendência que vem sendo cada vez mais praticada pelos jovens já é uma realidade que está causando bastante discussão nas empresas. Isso porque entender a maneira com que ela afeta a organização e como lidar com essa prática vem sendo cada vez mais importante.

Neste texto você vai entender o que é o job hopping, suas vantagens e desvantagens, além do seu impacto na cultura da empresa para ter em conta na hora da fase do recrutamento.

O que é job hopping?

A expressão “job hopping”, que em português significa “pular de emprego“, é usada para descrever a tendência crescente entre os mais jovens de mudar de emprego com frequência.

O funcionário realiza essa mudança de forma voluntária, saindo diretamente de uma empresa para outra. Não existe um período específico para definir essa frequência, mas, geralmente, a mudança acontece entre 3 meses e 2 anos.

Dentre os principais motivos para esta prática estão:

Busca por um salário mais alto
Busca por melhores benefícios
Anseio por novos desafios
Busca por melhores condições de trabalho
Desmotivação
Falta de vínculo com a empresa

Por muito tempo, as empresas consideraram essa prática como algo negativo. Porém, há algum tempo ela já vem sendo vista com bons olhos para alguns cargos, que podem tirar proveito da vasta experiência adquirida por esses profissionais.

Tendência de job hopping entre os jovens

O job hopping geralmente é mais difundido entre os jovens da geração Z e os millennials.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência, divulgados em 2020, quase 25% dos jovens entre 18 e 24 anos ficam menos de 3 meses em uma empresa, enquanto 24,1% ficam entre 1 e 2 anos. Para se ter uma ideia da diferença entre gerações, pouco mais de 41,7% dos profissionais entre 50 e 64 anos ficam 10 anos ou mais no mesmo emprego.

Esses números podem ser explicados pela digitalização desses novos profissionais. Por já nascerem em um ambiente digital, onde tudo acontece muito rápido, eles são mais adaptáveis e anseiam por um rápido crescimento e aprendizado.

Por isso, acabam preferindo ter diversas experiências profissionais, “pulando” de um emprego a outro, do que passar um longo período estagnado no mesmo cargo de uma empresa.

Vantagens e desvantagens do job hopping para a carreira

Vejamos as vantagens que essa prática pode trazer para a carreira do profissional:

Aumento salarial constante

Como vimos anteriormente, um dos motivos para o job hopping é a oportunidade de aumento salarial. Por isso, muitas pessoas que adotam esse tipo de prática estão sempre buscando por oportunidades com melhores remunerações.

Desta forma, os profissionais frequentemente acabam indo para novos empregos com salários cada vez maiores, que talvez não pudessem ser atingidos na empresa atual com tanta rapidez.

Mais oportunidades de crescimento

Além do aumento salarial, a constante mudança de emprego pode proporcionar novas experiências e aprendizados, que não seriam alcançados estando em uma mesma empresa. Assim, o profissional acaba se desenvolvendo em diversos âmbitos de forma mais rápida.

Diversificação das experiências profissionais

Por vivenciarem diversas culturas, modelos de trabalho e segmentos de mercado, esses trabalhadores acabam tendo um conhecimento mais diverso sobre a área. Portanto, ele pode trazer ideias do mercado para auxiliar no desenvolvimento dos processos e projetos da nova empresa.

Ampliação do networking

Trabalhar em diversas organizações faz com que a pessoa conheça uma maior gama de profissionais, que podem ajudar a conseguir uma oportunidade interessante futuramente, ou até mesmo serem contatos para freelancers, por exemplo.

Porém, além de benefícios, essa prática também pode trazer algumas desvantagens do job hopping. Veja algumas das principais:

Dificuldade em conseguir emprego em algumas empresas

Apesar do job hopping estar sendo cada vez mais bem-visto no mercado, algumas empresas e recrutadores ainda não se sentem seguros em contratar esse tipo de perfil. Por isso, essa forma de levar a carreira pode dificultar a entrada do profissional em certas organizações.

Poucos conhecimentos aprofundados

Apesar de conseguir obter uma grande diversidade de conhecimento, o profissional pode acabar não se aprofundando em nenhum deles, por conta do pequeno período em cada cargo. Isso pode fazer com que ele não se torne especialista em um determinado assunto, mas sim um profissional mais generalista (o que nem sempre vai ser visto como uma desvantagem).

Como abordar o job hopping em uma entrevista de emprego?

Se você é recrutador e quer entender como abordar esse tema durante as suas entrevistas com candidatos, preparamos algumas dicas para te ajudar nesse momento. Vamos lá!

Não faça julgamentos

Esse é o primeiro passo para abordar esse assunto de forma leve e que dê bons resultados para o processo de seleção. Não julgue o candidato com base na quantidade de empregos que ele já teve, mas tente entender as razões pelas quais ele optou por realizar aquelas mudanças.

Faça perguntas abertas

Para entender essas razões, nada melhor do que fazer perguntas abertas, que permitam que o candidato explique sua trajetória e as decisões que tomou. Por isso, tente inserir em seu roteiro perguntas como “Por que você decidiu mudar de emprego?” ou “O que você aprendeu em cada uma dessas experiências?”.

Avalie a experiência do candidato

Por ter passado por diversas empresas e contextos, é muito importante que o recrutador consiga avaliar os conhecimentos adquiridos pelo candidato durante a sua jornada. Por isso, o ideal é se concentrar nessas competências adquiridas e não na quantidade de empregos que ele já teve. Afinal, essas experiências podem ser estratégicas para o cargo.

Qual o impacto do job hopping na cultura corporativa?

Por terem a tendência de mudar de emprego constantemente, os job hoppers acabam trazendo algumas preocupações para as empresas, em especial para o time de RH.

Isso porque é essencial que a área de recursos humanos tenha um olhar especial para a retenção de talentos e consiga inserir esses profissionais em sua cultura, fazendo com que eles se sintam parte da organização e acabem permanecendo por mais tempo.

Já olhando para o lado positivo, ter esse tipo de perfil dentro da empresa pode incentivar o fortalecimento de uma cultura de aprendizado e desenvolvimento contínuo, fazendo com que todos os profissionais se adaptem a uma rotina de inovação e atualização constante de suas habilidades.

Esperamos que esse texto tenha te ajudado a entender melhor o que é o job hopping e como lidar com ele na sua empresa. Conte sempre com Sesame para te ajudar com os processos da sua organização!

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★★★★☆

Laura Kemp

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Laura Kemp

HR Content Specialist

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